Robert Longo | Artista do Mês | Junho de 2017

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Artista, cineasta e músico nova-iorquino, reconhecido pelos seus trabalhos que examinam a influência da política e do poder em nossa sociedade

Robert Longo é um artista, cineasta e músico cujos desenhos fotorrealistas e obras sobre papel examinam a influência da política e do poder em nossa sociedade. Profundamente influenciados pela escultura, seus desenhos – que são marcados por linhas cinzeladas – quase parecem tridimensionais, como se pudessem sair da página e entrar no espaço físico a qualquer momento.

Nascido no Brooklyn em 1953, Longo foi criado em Long Island e, desde a infância, manteve o fascínio pela comunicação de massa – filmes, televisão, revistas e desenho animado, que continuam a influenciar sua arte.

Os primeiros anos dedicados à arte

Longo começou a faculdade na University of North Texas, mas saiu antes de se formar. Mais tarde, estudou escultura com Leonda Finke, que o encorajou a seguir carreira nas artes visuais. Reconhecido ainda jovem por seu talento, Longo recebeu uma bolsa para estudar na Accademia di Belle Arte em Florença, Itália, em 1972. Ao retornar aos Estados Unidos, se inscreveu na Universidade Estadual de Buffalo, onde estudou junto com Cindy Sherman.

Na faculdade, Longo e seus amigos fundaram uma galeria de arte de vanguarda no prédio cooperativo, o Essex Art Center, que originalmente era uma fábrica de gelo; a galeria se tornou o Hallwalls Contemporary Art Center. Através da galeria, Longo encontrou muitos artistas locais e da região.

Após sua graduação em 1975, Longo se mudou para a cidade de Nova York, tornando-se parte da infame cena da arte e da música do centro da cidade. Embora ele tenha estudado escultura, o desenho continuava a ser a expressão favorita de Longo. No entanto, a influência da escultura permeia sua técnica de desenho, já que os “retratos” de Longo possuem uma linha cinza distinta que parece dar aos desenhos uma qualidade tridimensional.

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Men in the cities: um marco

Na década de 1980, tornou-se conhecido por sua série “Men in the Cities”, que retrata homens de negócios bem vestidos (e algumas mulheres) contorcendo-se em agonia ou êxtase (dependendo da leitura). Longo usa o grafite como argila, para criar imagens como as figuras que se contorcem e dançam nesta série seminal.

Esta série inovadora retrata a força e a inspiração do fascínio de Longo sobre as obras de muitos artistas, particularmente com a estilização da violência de Hollywood. Suas figuras são capturadas no meio do movimento; o espectador se pergunta se eles estão dançando ou morrendo.

Para produzi-la, Longo fotografou seus amigos pulando, se contorcendo para a frente ou no ar e esparramados em um pavimento invisível. Depois de ampliar as imagens através de um projetor, ele e um assistente as desenharam em tamanhos que variam em escala maior que o tamanho real. No processo, Longo muitas vezes dramatizou as poses, sempre padronizado o vestuário em roupas bastante formais, em preto e branco.

Longo trabalha e retrabalha o carvão em superfícies de textura grossa, dando profundidade a seus desenhos aveludados, com as extensões negras em contraste com o branco; suas formas são ao mesmo tempo representativas e suavemente evasivas. Ele produziu cerca de 60 “Men in the Cities” entre 1979 e 1982.

Vista da instalação de Magellan

Black Flags, Magellan e outras séries

Trabalhando com temas sobre poder e autoridade, Longo produziu uma série de bandeiras americanas enegrecidas (“Black Flags” 1989-91), assim como armas de portáteis de grande porte (“Bodyhammers” 1993-95). De 1995 a 1996 trabalhou em seu projeto “Magellan”, com 366 desenhos (um por dia) que formaram um arquivo da vida do artista e imagens culturais do seu redor.

“Magellan” foi seguida por “Freud Drawings” (2002), que reinterpretaram as famosas imagens documentais de Edmund Engelman do apartamento de Sigmund Freud. Em 2002 e 2004, ele apresentou “Monsters” e “The Sickness of Reason”, releitura barroca de explosões de bombas atômicas. “Monsters” foi incluída na Whitney Biennial de 2004.

Novos formatos

Na década de 1980, Longo dirigiu vários videoclipes, incluindo “Bizarre Love Triangle” do New Order, “Peace Sells” da Megadeth e “The One I Love”, do R.E.M. Ele também dirigiu o filme cyberpunk Johnny Mnemonic, estrelado por Keanu Reeves, Dolph Lundgren e Takeshi Kitano, e um pequeno filme chamado Arena Brains. Durante o final da década de 1980 e início dos anos 90, a Longo desenvolveu uma série de peças de teatro, como “Marble Fog” e “Killing Angels”, em colaboração com Stuart Argabright e o guitarrista Chuck Hammer.

Amplitude e influência de Robert Longo

Longo enxerga seu trabalho como símbolos abstratos. O artista trabalha com assistentes para criar uma imagem e, como artista, se concentra na comunicação em suas imagens e não na arte de produzi-las. Perguntado certa vez sobre suas influências, ele citou ao “New York Post” os filmes de Sam Peckinpah, artistas modernos como Vito Acconci, Sol LeWitt, Robert Smithson, Edward Hopper e Egon Schiele, além de escultura grega e romana.

O trabalho de Longo foi exibido em inúmeros locais internacionais importantes, e suas performances e cenários apareceram em todo o mundo. Ele foi alvo de retrospectivas no Los Angeles County Museum of Art, Califórnia; Museum of Contemporary Art, Chicago; e Museu Berardo, Lisboal. Participou na Bienal de Whitney e na Bienal de Veneza, assim como em exposições coletivas recentes no Metropolitan Museum of Art e no PS1 Contemporary Art Center em Nova York. Seu trabalho recebeu inúmeras revisões em publicações como The New York Times, Interview, Art in America, Forbes e New York Magazine.

Seus trabalhos recentes incluem séries que retratam mulheres em burkas, ondas marinhas, explosões nucleares, vistas do apartamento de Sigmund Freud e animais de zoológico em gaiolas.

Longo vive e trabalha na costa leste.

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