Mais uma edição da Art Basel, com oito galerias brasileiras

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A cidade se transforma no epicentro da arte em uma semana cheia de expectativas para o mercado

Para uma cidade relativamente pequena, Basileia, na Suíça, torna-se anualmente o coração do mundo das artes em junho. A Art Basel, originalmente criada na década de 1970 por três galeristas locais, ultrapassou todos os reconhecimentos nos últimos anos, inclusive ampliando suas feiras para Miami e Hong Kong. Em 2016, o número de visitantes aproximou-se dos 100 mil – e deve aumentar novamente na 48ª edição, este ano. A abertura oficial acontece no dia 15 de junho, mas antes disso há visitas privadas para colecionadores e convidados VIPs. São quase 300 galerias participantes, de 35 países, que agradam como pode esta exigente audiência.

A seção principal, “Galleries”, conta com 226 expositores, que apresentam uma mistura de pintura, escultura, fotografia e vídeo. Outros setores da feira, incluindo ‘Edition’, ‘Feature’ e ‘Statements’, trazem obras diversas, como uma multimídia do renomado artista sul-coreano Nam June Paik, um conjunto inspirado na orquestra de esculturas de argila de Sam Anderson e novas esculturas de paredes da artista canadense Liz Magor. ‘Unlimited’, a plataforma popular da Art Basel para projetos de arte de grande porte, exibe 76 trabalhos este ano, incluindo peças de John Baldessari, Jenny Holzer e Chris Burden.

Mais uma vez, as galerias brasileiras marcam presença, com oito representantes: A Gentil Carioca, Bergamin & Gomide, Luciana Brito, Fortes D’Aloia & Gabriel, Mendes Wood DM, Galeria Millan, Galeria Marilia Razuk e Galeria Luisa Strina.

Unlimited apresenta instalação de Cildo Meireles

Ocupando 16 mil m², a seção Unlimited é destinada às obras monumentais. Dentre as 76 instalações que ocupam o pavilhão está Amerikkka (1991/2013), de Cildo Meireles. A obra clássica do artista foi remontada pela galeria Luisa Strina.

Em uma inspeção detalhada, o trabalho revela-se cheio de tensão. O teto de ouro brilhante, inclinado em 45 graus, é composto por 40 mil balas de ouro vazias contra um fundo azul. Já o piso é forrado por 20.000 ovos brancos de madeira cuidadosamente alinhados em uma plataforma vermelha. O artista brasileiro concebeu o trabalho para uma exposição que marcava os 500 anos da descoberta da América por Cristóvão Colombo, mas foi produzido apenas em 2013, para sua exposição no Reina Sofía, em Madri. Os três ‘k’s em seu título se referem ao Klu Klux Klan.

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