Com uma performance surpreendente, os leilões de arte agitaram a cidade em uma mega semana de negociações
Uma soma estarrecedora de US$ 1,6 bilhão foi movimentada durante a semana de leilões de arte em Nova York. As três casas mais importantes do mundo ofereceram lotes de arte impressionista, moderna, pós-guerra e contemporânea ao longo de apenas cinco dias. O montante total cresceu US$ 400 milhões em relação às vendas correspondentes de maio de 2016. Observando o comportamento do mercado, o portal Artnet levantou os seguintes destaques da semana.
Maior Tendência: lotes supervalorizados
Lotes de peso parecem cada vez mais definir as vendas das noites. Christie’s e Sotheby’s mostraram-se bastante dependentes de alguns itens de expressão. Por exemplo: no leilão de arte pós-guerra e contemporânea da Sotheby’s, o recorde de Basquiat, que alcançou US$ 110,5 milhões, representou um terço do total de US$ 319,2 milhões da noite. Somando ainda o segundo lote mais caro da noite, um Roy Lichtenstein de US$ 24 milhões, os dois itens representam cerca de 42% do total.
Maior vendedor: Christie’s
No total, a Christie’s somou US$ 833,9 milhões em suas quatro vendas na semana passada, superando a Sotheby’s em quase US$ 200 milhões – que atingiu US$ 635 milhões de suas cinco vendas. Enquanto isso a Phillips, que não realizou leilões de arte impressionista e moderna, arrecadou US$ 128.9.
Maior perdedor: o proprietário deste lote
Neste mercado de grandes apostas, nem todo mundo consegue se dar bem. Neste caso, um colecionador comprou por US$ 1 milhão a obra Untitled (2005), de Wade Guyton, no leilão da Christie’s, em Nova York, em março de 2014. Na semana passada, a mesma obra foi vendida na Phillips por US$ 670 mil.
Melhor estréia no leilão: Celeste Dupuy-Spencer
Destaque da atual na Whitney Biennial, Celeste Dupuy-Spencer emplacou a pintura Ceviche e Peruvian Meat (2011) na Phillips por US$ 23.750, mais do que o dobro de sua menor estimativa inicial (entre US$ 10 e US$ 15 mil).
Repasse mais rápido: “Two Red Petals in the Air” de Calder
O consignador do mobile “Two Red Petals in the Air” (1958), de Alexander Calder, foi proprietário da obra por apenas 18 meses, desde quando a adquiriu na Sotheby’s de Nova York em novembro de 2015. Talvez o colecionador não tenha esperado o suficiente: o trabalho foi vendido por US $ 2,41 milhões – o mesmo preço pelo qual foi comprado em 2015 (ou seja, levando em conta a inflação e despesas com transporte, armazenamento e seguro, houve provavelmente uma perda no valor).
Maior motivo para deixar os leiloeiros nervosos: retirada de grandes apostas
Cada uma das três casas retirou um lote importante de seus leilões em cima da hora – um indicativo de como alguns ofertantes podem chegar com ausência de garantias. A maior decepção, talvez, tenha sido a retirada da pintura de Egon Schiele, Danaë (1909), estimada entre US$ 30 e 40 milhões. O valor estimado da obra representava cerca de 20% da menor estimativa de vendas do leilão de arte impressionista e moderna da Sotheby’s.
Melhor Rodada: venda “White-Glove” da Phillips
A noite dedicada a venda de arte contemporânea e do século XX da Philips vendeu 37 dos 37 lotes disponíveis. O termo “White-Glove” é usado pelo mercado para um leilão onde 100% dos lotes são arrematados.
Obra mais “fresca” das vendas noturnas: “Sodium”, de Urs Fischer
Normalmente, leva pelo menos alguns anos para um trabalho para ir do estúdio de um artista aos leilões. Não é o caso de “Sodium”, de Urs Fischer, catalogado pela Christie’s como “executado em 2015”. A pintura foi vendida no leilão de arte pós-guerra e contemporânea por US$ 787,500 dólares (estimativa inicial entre US$ 700 e US$ 900 mil).
Os maiores lotes das vendas diurnas: Twombly, Basquiat e Mitchell
Todas as três casas venderam lotes acima de US$ 1 milhão – um sinal da força continuada para este setor, onde as margens de lucro são frequentemente maiores nas casas de leilão. A Christie’s vendeu uma pintura de Cy Twombly de 1955 por US $ 2,5 milhões, enquanto a Phillips vendeu um desenho sem título de 1983 de Jean-Michel Basquiat por pouco menos de US$ 1,5 milhão. A Sotheby’s vendeu um tríptico de 1970 de Joan Mitchell por US$ 3,2 milhões, assim como duas outras pinturas de Mitchell, por US$ 2,65 milhões e US $ 1,3 milhão.
Melhor lugar para fazer negócios: os leilões durante o dia
As vendas da manhã e da tarde permitem que os profissionais de mercado tenham algum tempo fora do ambiente aglomerado e frenético das vendas noturnas. Estas aproximações mais informais são excelentes oportunidades de dar início a novas negociações.
Maior mudança que você provavelmente não notou: a soma das vendas da tarde
Entre os leilões noturnos, a Christie’s dominou as vendas contemporâneas com um total de US$ 448 milhões, superando os US$ 316 milhões da Sotheby’s. Em contrapartida, viu uma queda nos resultados de suas vendas contemporâneas durante o dia, somando US$ 75 milhões (abaixo dos US$ 83 milhões de maio de 2016). Enquanto isso, o total das vendas contemporâneas diurnas da Sotheby saltou para US$ 92.8 milhões, contra os US$ 55 milhões do ano passado.
E… o artista mais vendido da semana: Jean-Michel Basquiat
O artista americano não só é o responsável pela obra de arte mais cara vendida na semana passada – a tela Untitled (1982), de US $ 110,5 milhões, como também foi limpo das três casas de leilões. Ao todo, os 27 trabalhos da Basquiat oferecidos nas vendas diurnas e noturnas atingiram um total de mais de US$ 200 milhões. A divisão dos valores ficou assim:
- Christie’s: US$ 57,863,500
- Sotheby’s: US$ 130.905.004
- Phillips: US$ 12,976,000
- Total: US$ 201.744.504