Para suprir a demanda de um mercado extremamente aquecido na última década, a casa de leilões organiza uma noite de vendas
O interesse internacional pela arte africana contemporânea tem crescido nos últimos anos. De olho neste mercado, a Sotheby’s anunciou um leilão inédito de arte africana moderna e contemporânea, que deve acontecer em Londres no dia 16 de maio. Pela primeira vez, a casa de leilões agrupará estrelas internacionalmente reconhecidas, como El Anatsui, William Kentridge e Irma Stern, por região geográfica, ao invés de oferecê-las em vendas mais amplas, como impressionista ou arte contemporânea. Outros artistas como Yinka Shonibare, Romuald Hazoumè, Chéri Samba, Meschac Gaba, Abdoulaye Konaté, Ouattara Watts, Kader Attia e Pascale Marthine Tayou, assim como os mestres modernos Ben Enwonwu, Uche Okeke, Skunder Boghossian e JH Pierneef, também terão suas obras à venda.
O leilão vai oferecer 100 obras, sendo fortemente representado pela África do Sul, que atualmente possui o maior e mais ativo mercado de arte. Ainda assim, a representação global é bastante ampla: são 60 artistas de 14 países do continente, incluindo Argélia, Benin, Gana, Costa do Marfim, Mali, Nigéria, Senegal, Etiópia, Uganda, Camarões e República Democrática do Congo. De um modo geral, espera-se alcançar entre £ 2,78 milhões a £ 3,98 milhões (US $ 3,37 milhões a US $ 4,84 milhões).
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Entre os lotes com maior expectativa de venda estão “Earth Developing More Roots” (2011) de El Anatsui, com estimativa de venda entre US$ 800 mil e US$ 1 milhão e duas telas de Irma Stern: Sunflowers (1942), com estimativa entre US$ 430 e US$ 678 mil, e Pietá (1944), avaliada entre US$ 185 e US$ 246 mil.
A Sotheby’s não é a primeira casa de leilões a apostar no mercado de arte africano. A Bonhams realiza vendas regulares da arte africana e sul-africana e a Swann Galleries de Nova York oferece vendas temáticas de arte afro-americana. Hannah O’Leary, chefe de arte moderna e contemporânea africana na Sotheby’s, descreve a entrada da casa de leilão neste universo como “uma resposta direta à sua força atual e seu potencial ainda maior para os próximos anos”.