Carolee Schneemann recebe o Leão de Ouro na 57ª Bienal de Veneza

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A artista conceitual receberá o prêmio durante a cerimônia de abertura de Viva Arte Vida, a 57ª edição da Bienal de Veneza

A artista norte-americana Carolee Schneemann foi premiada com o prestigiado Leão de Ouro por sua trajetória artística, pela 57ª Bienal de Veneza. Schneemann, conhecida pelos seus trabalhos feministas como Meat Joy (1964), foi indicada por Christine Macel, diretora artística da Bienal deste ano, Viva Arte Viva, que acontece entre 13 de maio e 26 de novembro.

Carolee Schneemann nasceu em Fox Chase, Pensilvânia, em 1939, e atualmente vive e trabalha no Hudson Valley, Nova York. A artista foi uma das figuras mais importantes no desenvolvimento performance e da arte corporal desde o início da década de 1960. Schneemann usou seu próprio corpo como o material predominante de sua arte. Ao fazê-lo, ela situa as mulheres como criadoras e como parte ativa da própria criação. Em oposição à representação tradicional das mulheres meramente como objeto nu, ela usou o corpo nu como uma força primitiva, arcaica, que poderia unificar energias.

Estilo libertador e autobiográfico

De acordo com um comunicado da Bienal, o estilo de Schneemann é direto, sexual, libertador e autobiográfico. Ela defende a importância do prazer sensual das mulheres e examina as possibilidades de emancipação política e pessoal das convenções sociais e estéticas predominantes.

Através da exploração de uma vasta gama de mídias, tais como pintura, cinema, vídeo-arte e performance, Schneemann reescreve sua história pessoal da arte, recusando a ideia de uma “história” narrada exclusivamente do ponto de vista masculino.

Carolee Schneemann, Fresh Blood – A Dream Morphology Cortesia: P.P.O.W © Carolee Schneemann

Carolee Schneemann, Fresh Blood – A Dream Morphology Cortesia: P.P.O.W © Carolee Schneemann

Carolee Schneemann: obras em destaque

Em 1975, performance “Interior Scroll” culminou com a remoção de tiras de papel de dentro de sua vagina. Já “Vulvas Morphia” (1992-97) compreende fotografias e desenhos de representações escultóricas pré-históricas de vulvas. Em 2014, Schneemann disse ao The Guardian: “Meu trabalho se tornou uma ponte, que teve de ser atravessada por jovens feministas que trabalham com seus corpos”.

Trabalhos das décadas de 1990 e 2000, como Mortal Coils (1995) e Vespers Pool (2000), estão centrados em representações simbólicas e figurativas da morte, movendo-se entre os mundos conscientes e inconscientes. Insistem na função dos objetos de arte como canais místicos no reino da morte.

Schneemann receberá seu prêmio na cerimônia que acontecerá no dia 13 de maio, no Ca Giustinian, sede da Bienal, durante a cerimônia de abertura desta edição.

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