Tela de 1982 deve ultrapassar de US$ 22 milhões no leilão que acontece em Londres, no próximo mês
A noite do leilão de Arte Contemporânea da Sotheby’s, que acontece em 8 de março, será liderado por Untitled (One Eyed Man ou Xerox Face), uma das figuras masculinas mais completas de Jean-Michel Basquiat de sua série de pinturas de grande formato, que sacudiram o mundo da arte no início da década de 1980.
Jean-Michel Basquiat, Untitled (One Eyed Man or Xerox Face), 1982
Agora estimado entre £14 e £18 milhões, Untitled (One Eyed Man ou Xerox Face) apareceu pela última vez em leilão em 1987, ano antes da morte do artista, quando foi vendido por US$ 23.100 – um dos preços mais altos pagos em uma obra deste artista na época.
As figuras heróicas masculinas de Basquiat, sempre retratadas com os dois braços erguidos em alto, e muitas vezes mostradas com um halo espetado ou uma coroa áspera, formaram a peça central de quase todos os trabalhos iniciais mais importantes do artista. Muitas vezes baseado em atletas negros cujas proezas lhes permitiram transcender fronteiras raciais em meados do século 20 na América, estas figuras foram de enorme importância pessoal para o artista. Como um jovem negro criado em uma família de classe média no Brooklyn, ele facilmente sentiu os efeitos da segregação racial na história da arte: “Eu percebi que eu não vi muitas pinturas com negros nelas”.
Datado de 1982, Untitled (One Eyed Man ou Xerox Face) é pintado com a confiança desenfreada e convicção de um artista no auge de sua carreira. Este foi o momento em que, como prodígio da elite pictórica, ele se tornaria uma força dominante no mundo da arte internacional.
Sua descoberta havia chegado um ano antes, com a renomada exposição New York / New Wave no P.S.1 Contemporary Art Center. Em 1982, Basquiat foi tema de seis exposições individuais e tornou-se o mais jovem artista a ser privilegiado com um convite para exibir na Documenta 7, ao lado de nomes como Gerhard Richter, Joseph Beuys, Cy Twombly e Andy Warhol. Olhando para trás, para aquele ano surpreendente, Basquiat disse: “Eu fiz as minhas melhores pinturas”.
