Um dos fundadores do movimento neoconcreto, Willys de Castro e suas obras ocupam a galeria londrina com guaches, poemas e seus Objetos Ativos
A galeria londrina Luhring Augustine exibe obras do brasileiro Willys de Castro (1926-1988), com uma seleção de primeiros guaches e poemas concretos, bem como seus Objetos Ativos, pelas quais é mais conhecido.
Membro fundador do movimento neoconcreto, de Willys de Castro trabalhou ao lado de contemporâneos como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape, para formular uma abordagem à abstração geométrica centrada na experiência fenomenológica do espectador. Para esses artistas, a leitura completa de uma obra transcende suas propriedades visuais fixas, encorajando em vez disso um meio de percepção para todo o corpo.
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Os Objetos Ativos do artista consistem em composições geométricas mais comumente pintadas em tiras de madeira cobertas por lona. Sua decisão de pendurar essas estruturas perpendiculares à parede teve implicações inovadoras, mais notavelmente em esmaecer seu status como pinturas. Ao reorientar o eixo frontal ao longo da borda mais estreita do objeto, Willys introduziu uma dimensionalidade escultural para essas obras. Seus experimentos o espaço positivo e negativo promovem diálogos de ritmo e cor entre superfícies adjacentes e opostas.
O desejo de Willys em ampliar as fronteiras da pintura pode ser rastreado até seus primeiros guaches e poemas concretos da década de 1950. Nessas obras, a sobreposição de formas geométricas parecem quebrar o plano bidimensional de suas composições, enquanto o uso da linguagem introduz um componente verbal externo que se torna intrincado ao visual. Cada elemento composicional é cuidadosamente mapeado de acordo com uma lógica matemática, oferecendo uma visão distinta e valiosa no design meticuloso do artista.
Esta exposição foi apresentada pela primeira vez na Cecilia Brunson Projects em Londres (entre 8 de outubro e 9 de dezembro de 2016). Agora, permanece em exposição até 11 de março, em Londres.