Arquetípico, íntimo e imponente, o trabaho de Kapoor apresenta e confronta as condições da matéria e o poder da metáfora

O Museo d’Arte Contemporanea Roma (MACRO) apresenta a primeira exposição do artista britânico Anish Kapoor em um museu italiano em 10 anos. A mostra é um testemunho da pesquisa sobre materiais, formas, técnicas, processos e tradições culturais ocidentais e orientais que moldam o trabalho enigmático e envolvente de Kapoor.

Dentro de uma prática que engloba tanto o orgânico como o projetado, Kapoor explora uma ampla gama de temas, incluindo trauma, violência, agitação política e social, imaterialidade, vazio, transformação e status do objeto. Sua experimentação contínua com materiais e formas continua a produzir observações evocativas relacionadas com a percepção dos seres humanos do mundo e seu lugar dentro dele.

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Uma das estruturas conceituais definidoras da prática de Kapoor é a ideia de que os artistas produzem mitologia, não objetos. “Quando se vê um trabalho de Picasso, digamos, o que olhamos é o contexto mitológico em que Picasso trabalhou”, diz Kapoor. “É como se alguém estivesse olhando além da imagem, além do trabalho como ele é mostrado. Um olhar sobre a mitologia de Picasso”.

Com curadoria de Mario Codognato, a exposição apresenta uma seleção de pinturas e relevos de Kapoor feitos com resinas vermelhas e brancas, em expressões de sensualidade e brutalidade que evocam imediatamente imagens de carne crua e sangrenta – que são exibidas ao lado de exemplares de esculturas monumentais do artista.

Entre os destaques da exposição estão a imensa instalação de pvc e aço “Sectional Body Preparing for Monadic Singularity” (2015), o tríptico pintado de silicone e cera “Internal Objects in Three Parts” (2013-15), o espelho côncavo “Mirror (Black to Red)” (2016), assim como “Corner disappearing into itself” (2015), entre tantos outros.

“Anish Kapoor” permanece no MACRO até 17 de abril de 2017.