As cores e formas tão características da brasileira Beatriz Milhazes estão em sua primeira individual no espaço parisiense da Galerie Max Hetzler
A Galerie Max Hetzler apresenta, até 19 de novembro, a quarta exposição individual de Beatriz Milhazes organizada pela galeria. Reconhecida por suas pinturas e colagens vibrantes, esta é a primeira vez, no entanto, que a brasileira expõe no espaço parisiense da Max Hetzler.
A exposição apresenta duas pinturas em grandes formatos, uma em tamanho médio, uma colagem e uma peça tridimensional. Os trabalhos seguem a técnica muito particular, desenvolvida pela artista, que utiliza moldes para aplicar os motivos às telas, por vezes reutilizados, que dão às obras a memória deste meticuloso processo.
Milhazes utiliza cores vívidas, com elementos sobrepostos em camadas, e se inspira em temas que estão à sua volta – como a paisagem do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que certamente foi fonte de inspiração para seus elementos florais e arabescos tão peculiares.
Milhazes também é profundamente influenciada pela cultura popular brasileira, especialmente o samba e o carnaval – as formas circulares e o movimento rítmico de suas obras são quase um convite para dançar.
Embora suas composições lembram fortemente o Brasil, permanecem no campo da abstração. As formas entrelaçadas e as camadas são raramente organizadas em torno de algum centro, o que torna difícil o olho descansar em algum lugar da tela.
“Marilola”, que dá nome a exposição, é uma cortina em cascata, suspensa no teto. O arranjo denso é composto por materiais diversos, como flores de papel, alumínio e contas de resina. A peça ecoa as cores e o ritmo dos trabalhos bidimensionais de Milhazes, onde os padrões parecem estar flutuando sobre a tela, mas apresenta agora suas sucessivas camadas em três dimensões.
E a surpreendente colagem “Maçã”, em branco e preto, oferece um contraponto às outras obras, provocando um diálogo com suas cores tão intensas.