Esta exposição gira em torno de “Der Blaue Rider” (O Cavaleiro Azul), marco da partida de um grupo de artistas em busca de reformular radicalmente os conceitos de cor, linha e forma na pintura moderna
A exposição atual da Fondation Beyeler, em Basel (Suíça), é dedicada a um dos capítulos mais fascinantes da história da arte, que se tornou famoso sob o nome de “The Blue Rider” e representa um aspecto chave no desenvolvimento da arte moderna. Antes da Primeira Guerra Mundial, entre 1908 e 1914, um grupo internacional de artistas homens e mulheres atuavam na liberal Munique, prontos para uma reforma radical da arte. Seu objetivo era liberar a cor da compulsão de representar as coisas, libertar as linhas de sua função de definição de contorno, assim como libertar a superfície plana da ilusão da objetividade.
Wassily Kandinsky e Franz Marc eram as principais figuras deste movimento. Nesta exposição, figuram obras lendárias de Kandinsky, que marcaram seu caminho para a abstração, assim como muitas das representações panteístas de Marc. Outras personalidades, associadas ao nome dos dois artistas, também têm obras nesta exposição, incluindo Gabriele Münter, Marianne von Werefkin, Alexei von Jawlensky e August Macke.
“Der Blaue Reiter” (O Cavaleiro Azul), sinônimo da partida para um território artístico desconhecido, era originalmente o nome de um livro do ano, o lendário “Almanach” editado por Kandinsky e Marc em 1912. Ele continha figuras e textos de uma série de artistas de diferentes culturas e períodos. Sem o caráter de manifesto, o volume reunia trabalhos heterogêneos de artistas da Europa e de fora dela e de arte popular e de academia. Os dois editores estavam convencidos de que estilos e formas estavam continuamente em mudança, e que o conteúdo ou a “necessidade interior” eram os únicos critérios para a atividade criativa.
A exposição, em cartaz até 22 de janeiro de 2017, reúne mais de 90 obras de coleções privadas e de museus internacionais, incluindo obras-primas raramente exibidas. Uma sala inteira é dedicada ao entendimento do desenvolvimento e do caráter do Almanack.