A recente aquisição da escultura “Bird” (1990), de David Hammons, por um preço em torno de US$ 1 milhão – uma das obras mais caras de arte contemporânea adquiridas em duas décadas – o simboliza a nova iniciativa do Detroit Institute of Arts. O plano inclui aprofundar o compromisso do museu com a arte afro-americana, incluindo novas aquisições, exposições, parceiras com a comunidade e desenvolvimento do staff.
Diretor do Detroit Institute of Arts, Salvador Salort-Pons, ao lado da obra “Bird”, de David Hammons
Um dos catalisadores deste foco mais agressivo foi o sucesso da exposição “30 Americans”, uma turnê organizada pela Rubell Family Collection que trouxe ao DIA em outubro do ano passado (e que atualmente está no Cincinnati Art Museum), com artistas contemporâneos afro-americanos altamente elogiados, como Kehinde Wiley, Mickalene Thomas, Rashid Johnson e Nick Cave. A mostra atraiu cerca de 50 mil visitantes.
Mickalene Thomas, Sista Sista Lady Blue (2007)
Por mais ambicioso que possa parecer, este projeto do DIA é parte de uma tendência nacional norte-americana. “Depois de décadas de aquisições desiguais, os museus americanos estão reescrevendo a historia da arte do século 20 ao incluir artistas negros de uma forma mais visível e significativa, seguidos por colecionadores que estão correndo para encontrar as obras mais importantes antes que elas fiquem fora do alcance”, publicou o New York Times no ano passado.
Hank Willis Thomas em colaboração com Sanford Biggers, Zero Hour” (2012).
O museu conta com um setor dedicado a arte afro-americana desde 2000, com uma coleção de 600 peças e galerias permanentes dedicadas à sua exposição. Apesar dos detalhes desta nova iniciativa não serem claras, fica evidente que a maior parte dos US$ 3,7 milhões do fundo de compra de arte contemporânea do DIA será dirigida em aquisições de arte africana.
Com informações do Artnet e Art Market Monitor
