Marcando um século desde a sua estreia em Nova York, em 1919, uma extensa retrospectiva do trabalho da modernista Georgia O’Keeffe (1887-1986) está em cartaz na Tate Modern. Esta é a primeira vez que uma grande mostra da artista acontece fora da América e a primeira individual no Reino Unido em vinte anos.
A exposição, ambiciosa e abrangente, reavalia o lugar da artista na arte do século XX e revela sua profunda importância. Sem nenhuma obra de O’Keeffe em coleções públicas do Reino Unido, esta é uma oportunidade única para a geração do público europeu conhecer sua obra em tal profundidade.
São mais de 100 obras que abrangem seis décadas de trabalho, mapeando o desenvolvimento de sua prática, desde seus experimentos abstratos iniciais em carvão até suas flores sensuais e, mais tarde, os crânios de animais criados por ela durante suas estadias frequentes no deserto do Novo México.
Uma das salas é dedicada à relação profissional e pessoal da artista com o fotógrafo Alfred Stieglitz, promotor de arte importante de Nova York – que ajudou a organizar exposições de August Rodin, Pablo Picasso, Henri Matisse, entre muitos outros. O’Keeffe casou-se com Stieglitz em 1924 e a influência da fotografia pode ser vista em seu trabalho, como o corte em close na tela “Oriental Poppies” (1927).
A natureza morta foi uma importante busca dentro o trabalho de O’Keeffe, mais notavelmente suas representações e abstrações de flores. A exposição explora como essas obras refletem a influência que ela tirou da fotografia modernista, como o jogo com distorção em “Calla Lily in Tall Glass – No. 2” (1923). Um dos maiores destaques é “Jimson Weed / White Flower No. 1” (1932), uma das pinturas de flores mais emblemáticas de O’Keeffe.
No vídeo abaixo, uma reportagem publicada pela BBC mostra os destaques da exposição e uma entrevista com Tanya Barson, curadora da exposição.