O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Ministério da Cultura, Petrobras, Bradesco Seguros, Light e Organização Techint apresentam, a partir de hoje, às 16h, a exposição “Caneta, Lente e Pincel – Jogo”, com curadoria de Vivian Faingold. Composta por 27 obras inéditas, produzidas especialmente para o projeto, a exposição reúne pintura, desenho, videoarte, animação, música eletroacústica, literatura e gravura, de 33 artistas visuais, escritores, fotógrafos, desenhistas, animadores e músicos.
O conceito que permeia a primeira parte da mostra, com trabalhos em duas dimensões, é o de um “telefone sem fio” artístico, diz a curadora. “A obra inicial foi feita com base no tema ‘jogo’, conhecido somente pelo primeiro colaborador. Uma poesia, inspirada neste tema, foi encaminhada para um fotógrafo que, inspirado nela, produziu uma obra. Encaminhou sua obra, então, para uma videoartista, que produziu um vídeo baseado somente nesta obra. Ela encaminhou o vídeo para um artista plástico, que fez seu trabalho a partir dele e o encaminhou a uma escritora. E assim por diante, em um total de quinze obras”, explica Vivian Faingold, acentuando que “cada artista só teve contato com o trabalho imediatamente anterior”.
A segunda parte da exposição será composta por doze trabalhos tridimensionais, que são releituras das obras da primeira parte. Estas obras foram feitas por duplas ou trios de artistas, contendo um escritor e um artista visual.
A mostra é um desdobramento do projeto de uma revista eletrônica idealizado há cerca de cinco anos pelo escritor Renato Amado e pelo fotógrafo Guilherme Quaresma. “O fundamento básico é a incessante produção de novas obras de arte, sempre unindo literatura a outra manifestação artística”, afirma Vivian Faingold. “O projeto pretende oxigenar o cenário cultural, ao propor uma nova geração de artistas de diversas áreas”.
A seleção dos artistas da mostra foi feita por Renato Amado, cofundador do projeto, junto com Danielle Schlossarek. Os participantes foram selecionados dentre os mais atuantes ao longo dos quase cinco anos de existência do projeto. A produção dos trabalhos demorou quase um ano e meio e foi sendo feita paralelamente: conforme as obras da parte 2D iam sendo aprovadas pela curadora Vivian Faingold, as obras 3D, inspiradas nas 2D, começavam a ser concebidas.
A ideia da exposição é que o público não seja um mero espectador, uma vez que precisará construir relações entre a sua expectativa e o que está vendo. Desta forma, cada um criará uma narrativa própria para a exposição. “Objetivamos propiciar ao público visitante uma rica experiência artística, e um lúdico jogo, uma vez que, ao olhar para uma imagem, involuntariamente, mesmo que de forma semiconsciente, construímos uma narrativa para ela. Deparar-se com a obra seguinte do ‘telefone sem fio artístico’ será um rompimento com a narrativa imaginada pelo visitante”, afirma a curadora.