A Galeria Pilar tem o prazer de apresentar a coletiva “Partir do Erro”, que ocorre entre 14 de outubro de 2014, às 19h, a 22 de novembro de 2014. A exposição, sob curadoria da espanhola Marta Ramos-Yzquierdo, reúne obras dos artistas Bruno Moreschi, Chico Togni, Cristina Garrido (Espanha), Fábio Tremonte, Montez Mangno, Pontogor, Rafael Munárriz (Espanha), Ricardo Alcaide (Venezuela) e Victor Leguy.
A mostra “Partir do Erro” propõe um exercício de reflexão sobre o significado do conceito de falha e seu rol nos processos criativos e atitude ante a realidade. O errado é o que nos ensinam que não pode ser feito. Existe, portanto, em nossa educação um limite, uma série de regras a serem respeitadas e que marca o lugar do certo, do civilizado.
Mas o que acontece quando se transgride esse marco?
E se o marco está em si mesmo errado e só indo além, existe uma possibilidade do certo? Existe um absoluto que une realmente a dualidade certo/errado, positivo/negativo que negaria a soma de subjetividade e diferenças?
A mostra está ligada à pesquisa em desenvolvimento realizada por Marta Ramos-Yzquierdo sobre as condições laborais do artista contemporâneo, na qual inexoravelmente tratam de possíveis definições do trabalho e processos artísticos. Juntos, artistas convidados e a curadora pensam nos seus procedimentos e nos diferentes erros, jeitos de se equivocar e possibilidades além das falhas que surgem.
A exposição inicia-se com varias obras do pernambucano Montez Magno, pinturas e fotografia dos anos 1972, 1973 e 2009, que questionam a validez da lógica cartesiana no instante em que reconhecemos a existência do subjetivo e do acaso. Esse abatimento da representação do mundo prefixado (nesse caso, cartas celestes e mapas do horizontes) abre espaço para novas propostas no pensar, analisar e fazer dos outros trabalhos. A exposição se articula conceitualmente a partir de dois pontos, que muitas vezes se atravessam: a existência de sistemas errados, porém assumidos como certos ou válidos (políticos, econômicos, sociais); e o erro como lugar no processo criativo, entre o acaso e a decisão de mudança, que permite ir além de qualquer sistema a abrir novos campos de pesquisa e concretização. Assim, se cogita e se propõe a pergunta que vislumbra o erro como uma qualidade do pensamento e de ações positivas e necessárias, e não como elemento de controle e repressão.