A curitibana SIM Galeria apresenta, entre os dias 25 de setembro e 31 de outubro, a primeira mostra individual em seu espaço da fotógrafa gaúcha e mestre em poéticas visuais, Romy Pocztaruk intitulada Um Vasto Mundo.
Com curadoria de Gabriela Motta, doutoranda em artes visuais pela USP, a exposição reúne fotografias e vídeos sobre vestígios arquitetônicos, registrados em diferentes países, como Alemanha, Bósnia, China e Uruguai, entre outros. Metade das obras são recentes e totalmente inéditas para o público.
Em paralelo a sua exposição na SIM, Pocztaruk está entre os participantes da 31ª edição da Bienal de São Paulo, maior evento relacionado à arte do país e um dos mais importantes do mundo, que acontece entre os dias 06 de setembro e 07 de dezembro.
A arquitetura é tema recorrente nas obras da artista e na exposição em Curitiba não será diferente. Às vésperas do Brasil receber as Olimpíadas de 2016, a fotógrafa apresenta na SIM a série Olympia, na qual busca investigar as transformações em estruturas urbanas e sociais que acometem as cidades-sedes. A partir dos resquícios abandonados, na maior parte das vezes instalações em ruínas, a artista rastreia o impacto do evento, que caracteriza como “apocalíptico”. Pocztaruk fotografou as vilas olímpicas de Berlim, sede da Olimpíada de 1936, e de Sarajevo, sede em 1984. Em ambas, também capturou vestígios decadentes de estádios, ginásios, acomodações e arredores.
Outro componente da mostra é o vídeo Traumberg, que exibe locais desabitados e abandonados em Berlim, tais como um parque de diversões desativado e um antigo centro de espionagem americano do período da segunda guerra mundial. “Essas ruínas urbanas foram capturadas em super-8 preto e branco, o que dá a esses lugares simbólicos e históricos um clima onírico de encanto e suspense”, descreve a artista.
Outra série ainda é composta de trailers fotografados no Uruguai, mas que poderiam compor a paisagem de qualquer outro país, dentro da busca de uma indefinição geográfica da artista. Para a curadora, “Quando se sabe em que lugar cada fotografia foi feita, claro, contextualizam-se as imagens, atribui-se à elas uma história, um clima, uma identidade. No entanto, tudo isso logo se perde novamente, fazendo emergir do conjunto de trabalhos uma tônica dominante que revela não o específico de cada lugar, mas o comum de todos eles”, diz no texto para a exposição. “Essa imprecisão dos locais leva-nos à compreensão de um mundo não delimitado por fronteiras políticas, aquelas que acabam sempre, em algum momento, gerando guerras, mortes, destruição. Uma constante entre tantas outras que nos definem.”
Na Bienal de São Paulo, Romy Pocztaruk apresenta A Última Aventura, série fotográfica que retrata cenários esquecidos ao longo da rodovia Transamazônica. De acordo com um dos diretores da SIM Galeria, Guilherme Simões de Assis, a escolha da artista para integrar esta edição da Bienal representa um reconhecimento importante de seu trabalho.