Marcia Xavier e Letícia Ramos, a partir de um ensaio fotográfico, científico-policial, que pertence ao acervo da Coleção de Fotografias do Museu da Cidade, sobre um ato de vandalismo no prédio da Prefeitura no dia 02 de agosto de 1947, desenvolveram uma instalação sonora e visual, criando um ambiente de mistério e tensão inspirado nessas imagens.
Ao entrar pelo corredor que dá acesso às duas salas expositivas, o visitante é acompanhado pelo áudio da instalação sonora que percorre toda e exposição. Como o som não fica aparente, não se sabe se o que se ouve esta acontecendo ao vivo ou não. O espectador é seguido por passos no corredor que dá acesso à primeira sala, toda iluminada por retroprojetores dispostos no chão aos pares, ora iluminando as três paredes, ora fazendo uma projeção de imagens ou objetos, como num fotograma. As duas janelas dessa sala são vedadas, uma por imagem de duas pessoas como vistas através dela e a outra por madeira com uma lente incrustada no painel, um olho mágico que faz ver uma das imagens do vandalismo impressa em um material transparente, que dá uma sensação de 3D ou de um negativo de vidro. Nas duas paredes há dois ensaios: um sobre a queda de um arquivo e outro sobre a queda de uma folha de papel.
São fotografias realizadas com a técnica da estroboscopia, inspiradas nas imagens resultantes de experiências de estudo do movimento. No ambiente há vários áudios soando ao mesmo tempo — passos, bagunças e vidro quebrado. Já na segunda sala, depara-se com um filme e seu projetor 16mm; thriller de suspense realizado com uma colagem de imagens do arquivo e outras captadas pelas artistas nas novas salas do DEOPS, acompanhados pelo áudio de uma respiração.