A exposição coletiva pretende utilizar a história do prédio da Galeria Leme – projeto de Paulo Mendes da Rocha que foi construído, demolido e depois reconstruído em outro terreno – como mote para investigar o processo de desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo, que é pautado por ciclos de construção, demolição e construção, e a forma como a cidade lida com sua memória.
No período de um século, São Paulo deixou de ser uma vila com ares coloniais feita de taipa, de menor importância no cenário econômico nacional, para se tornar uma rica cidade cafeeira e, depois, um polo industrial, comercial e financeiro. Estes momentos históricos e urbanísticos foram sobrepostos pelo desenvolvimento urbano e configuraram a cidade de hoje.
Esta dinâmica de ocupação do solo revela a maneira com que São Paulo lida com seu passado e como constrói suas narrativas históricas, evidenciado as forças de poder que moldam o tecido urbano e social da cidade.
Tendo em vista este recorte histórico e esta perspectiva crítica, a exposição articulará quatro núcleos de discussão: o prédio da Galeria Leme, processos de construção e destruição, o desenvolvimento urbano e arquitetônico de São Paulo e, por fim, a especulação imobiliária.
Os trabalhos apresentados estruturam os núcleos, propondo relações entre a ideia de construção como edificação material, com a ideia de construção como elaboração conceitual. Desta forma, cria-se um espaço para confrontar elementos e tipologias da paisagem urbana com os processos de elaboração das narrativas históricas e ficcionais sobre a cidade de São Paulo.
Lista de artistas: Alexandre Brandão, Ana Mazzei, Beto Shwafaty, Bruno Baptistelli, Fábio Tremonte, Francesco Di Tillo, Héctor Zamora, Jaime Lauriano, Lais Myrrha, Pablo Accinelli, Sandra Gamarra e Sandra Nakamura.