Mestres e Ícones inaugura uma parceria entre o Instituto Tomie Ohtake, a Agência Dinamarquesa para a Cultura e o Museu de Design da Dinamarca, que prevê uma série de exposições de designers dinamarqueses no Brasil e de brasileiros no país escandinavo.
Esta primeira mostra no Instituto Tomie Ohtake traz a proeminência do design dinamarquês construída no século XX até os dias de hoje, por meio de 50 peças – objetos e mobiliário. A exposição destaca principalmente cadeiras, por sublinhar o modernismo orgânico, adotado pelo país e que tornou o seu design especialmente original, diferente da rigidez racionalista praticada pela escola alemã.
A peça mais antiga da exposição é a luminária PH de 1926, do designer Poul Henningsen, também editor da revista Kritisk Revy (1926/28/29), crítica do formalismo técnico e estético do avant garde internacional ao qual chama de “modernistas tristes”. Da conhecida era do ouro, os anos 50 e 60, a mostra reúne criações dos excelentes mestres que se destacaram internacionalmente, como: Finn Juhl, Hans Wegner e Arne Jacobsen e a ourivesaria de prata do fabricante Georg Jensen. Na década de 50, foi criado pelos dinamarqueses o sistema Lego, que está presente na exposição com peças daquela década e atuais. Entre os trabalhos dos anos 80 e 90 destacam-se as dos designers Jorgen Rasmussen, Verner Panton e Nanna Ditzel, enquanto do século XXI, as obras de Morten Voss, Louise Campbell, Foersom&Hiort-Lorenzen e Christian Flindt sinalizam a continuidade da histórica excelência.
Neste pequeno, porém abrangente panorama do design dinamarquês, o curador Lars Dybdahl, do Museu de Design da Dinamarca, apresenta dez reflexões acerca da identidade desta produção. Esses pontos estão todos em jogo nos 50 objetos desta exposição, em termos de significado e uso.
1/O encontro com o novo que veio de fora – moderação no diálogo com o estrangeiro
2/Construir pontes – ”preservar a continuidade do desenvolvimento”
3/Habitabilidade – criação da atmosfera (nórdica)
4/Ferramenta estética, simplicidade e detalhes
5/Artesanato (artístico) como fonte de inovação para o design industrial
6/Valor simbólico e associativo
7/O perfil empático e social – foco no usuário
8/A postura antiautoritária – Ascensão para todos
9/O imperativo orgânico – sustentabilidade
10/O novo temperamento – design dinamarquês no contexto global