"Spectres" – Fugacidade da luz ganha tradução em obras

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blue, red and yellow, scale model n.2 – ann veronica janssens

A fugacidade da luz é o fio condutor do 26# Roesler Hotel, projeto de exposições da Galeria Nara Roesler que convida curadores emblemáticos do Brasil e do exterior. Com recorte do historiador da arte Matthieu Poirier, a exposição Spectres (Espectros) aberta entre os dias 1º de abril à 3 de Maio, trazendo cerca de 20 trabalhos de nomes como James Turrell e Julio Le Parc.

Reunindo desde esculturas, instalações, pinturas até fotografias abstratas, que utilizam o recurso da luz, reforçando a fugacidade pela oscilação entre o aparecimento e o desaparecimento. A alternância do claro e do escuro, e a projeção de sombras, é o que confere às obras, de vários períodos e correntes artísticas, uma aura espectral, fantasmagórica.

Além de Turrell e Le Parc, Dan Flavin, Ann Veronica Janssens, Larry Bell e Hiroshi Sugimoto estão entre os artistas de peso selecionados pelo curador.

Poirier interroga a própria natureza da abstração, em sua acepção como a morte da figura, pelo viés da luz, que tem o poder de criar materialidade e presença visuais, como também de dissimulá-las. Em suas palavras, “a luz não é mais considerada uma ferramenta para compreender ou ‘fazer sentido’. Em vez disso, ela dissolve a realidade, expandindo os limites da visão”.

 O caráter espectral dos objetos não está na desaparição total, mas na tensão da “cintilação entre visível e invisível, uma flutuação constante entre a vida e a morte das aparências”. Dessa forma, Poirier conceitua a arte que se produz pela percepção visual como perceptual, surgida dos sentidos, em contraponto à arte conceitual, que se origina antes da razão e do pensamento.

 

 

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