A Vermelho apresenta, até 5 de abril, as individuais “Neste Lugar” de Daniel Senise [salas 1 e 2], “Repetição da ordem” de Nicolás Robbio [sala 3]e a instalação “Escalpo Islâmico” de Dora Longo Bahia [Terraço].
A arquitetura dos espaços do cotidiano alimenta a concepção e a produção das obras de Daniel Senise, constituindo a poética que permeia sua obra como um todo. As obras que integram a individual “Neste Lugar” mantém esta característica, retomando um elemento conceitual importante já utilizado por Senise no início dos anos 2000. Nelas, o artista volta a revelar o interior de grandes espaços expositivos, como nas colagens National Gallery, Gemäldegalerie e Musée D’Orsay.
“Neste Lugar” contará ainda com duas maquetes. Uma delas será montada na fachada da Vermelho e reproduzirá o hall de entrada da galeria, sugerindo um jogo metalinguístico entre experiência física e representação pictórica. Já nas obras “Musée du Louvre”, “Museo del Prado”, “Galleria degli Uffizi” e “National Gallery” da série “Museu”, todas de 2013, Senise fragmenta as reproduções publicadas por esses museus sobre suas coleções e acondiciona todo esse conteúdo em caixas de acrílico transparente, criando uma ideia análoga a de coleção, gênese de todo museu.
Já “Repetição da ordem”, individual do argentino Nicolás Robbio, está construída a partir de três ícones: a bandeira, a grade e a moeda, retratando a sociedade atual através dos símbolos de poder que a fazem funcionar. Na videoinstalação “Sem Título” (2014) aparece a sombra reproduzida por uma bandeira e no vídeo “Los de arriba, los de abajo. Los buenos, los malos” (2011) Robbio emprega imagens de grades de ferro utilizadas em casas e edifícios, para tecer um comentário sobre a impossibilidade de permanência e de conciliação entre opostos. No “Todos os caminhos levam a Roma” [2014], duas moedas de países diferentes, como Inglaterra e Colômbia, se relacionam de forma equilibrada num sistema de engrenagem, como se o valor que representam pudesse ser equivalente.
Por fim, o terraço abrigará “Escalpo Islâmico”, de Dora Longo Bahia, obra criada e apresentada originariamente no 2º andar do Pavilhão Ciccillo Matarazzo durante a 28ª Bienal de São Paulo, em 2008. A obra emprega motivos islâmicos sobre um fundo de tinta acrílica vermelha, para tecer um comentário acerca da violência.