Artur Barrio vai além do que chamamos de “exposição”, com suas ações e intervenções nas galerias e espaços institucionais que abrigam seus trabalhos. Mais do que estender, reduzir ou distorcer a significação dos conceitos de espaço expositivo, obra de arte e exposição, o artista opera a partir de outra lógica, questionando aquilo que está na essência de tais ideias e frustrando deliberadamente as expectativas que nos guiam, enquanto público de arte, ao entrarmos em contato com elas.
E “… em algum ponto da Terra”, em cartaz na Galeria Millan até 17 de abril, o artista apropria-se do espaço expositivo, como que transformando-o em ateliê, onde cria uma situação ou experiência inédita que poderá ser conferida de perto pelos visitantes.
Radicado no Brasil desde 1955, além de pintura, desenho e obras anticonvencionais, Barrio desenvolveu trabalhos em Super-8 e audiovisuais. Foi vencedor do Prêmio Velázquez, em 2011, e representante único do Brasil na Bienal de Veneza (Itália) no mesmo ano. Participou inúmeras vezes da Bienal de São Paulo, de 1981 a 2010, e da dOCUMENTA (Kassel, Alemanha) em 2002.