Buscando expandir o escopo da representação tradicional na arte, Baselitz tem constantemente revisitado e reinventado seus temas escolhidos ao longo do tempo. Nesta nova série, apresentada na Gagosian de Londres até 29 de março, ele associa a figuração como veículo de expressão em autorretratos enérgicos e intuitivamente pintados – uma nova abordagem na sua persistente subversão do tema.
Baselitz privou-se intencionalmente de qualquer visão geral dos trabalhos enquanto estavam em andamento, pintando rapidamente cada parte da tela ao chão, para em seguida passar para a próxima. Traços de latas de tinta e pegadas fazem parte deste processo, enquanto cada pincelada registra uma ação decisiva.
Intitulados com variações da frase “Willem raucht nicht mehr” (na tradução literal, “Willem já não fuma”), estes autorretratos ricamente coloridos prestam homenagem direta às figuras de Willem de Kooning. Explosões de puro vermelho, amarelo, azul e verde ecoam das pinturas abstratas de Kooning da década de 1970. Assim como as pinturas de Kooning, os novos trabalhos de Baselitz têm uma fluidez de aquarela, conseguida através da diluição das tintas a óleo e sua rápida aplicação.
Rompendo com o objeto pintado tanto visualmente quanto simbolicamente, Baselitz retrata repetidamente a si mesmo de cabeça para baixo, usando um boné com a marca “ZERO” (nome de seu fornecedor de tintas). E carregando suas investigações figurativas com a exuberância bruta do Expressionismo Abstrato, Baselitz revigora a tradição do autorretrato com energias brilhantes e impulsivas.