Com o mestre Amilcar de Castro (Paraisópolis, MG, 1920 – BH, MG, 2002) a Galeria Marília Razuk celebra seus 20 anos, reafirmando a afinidade entre o artista e a galerista que, ultrapassando a origem mineira de ambos, intensificou-se pelo trabalho de muitos anos, convertido em especial amizade. De caráter histórico, o espaço expositivo, com pinturas e esculturas selecionadas diretamente do espólio do artista, possibilita compreender a trajetória e a importância deste que é considerado um dos maiores escultores brasileiros de todos os tempos.
Esta comemoração da galeria proporciona ainda ao visitante a rara oportunidade de ver reunidas todas as 140 formas de “corte e dobra” (esculturas de 23 cm de altura, em metal, SAC 41), série que celebrizou Amilcar de Castro, a partir dos anos 60, quando o artista abandonou a solda e passou a cortar e dobrar as chapas de ferro. Sobre o aço, costumava dizer: “depois de quente fica macio como manteiga”.
Com todos os trabalhos provenientes do Instituto Amilcar de Castro, Nova Lima (MG), a mostra, que traz texto crítico de Thaisa Palhares, reúne ainda 13 grandes telas e mais sete esculturas em aço corten inéditas ao público paulista. O conjunto de esculturas, de invenção formal e matriz construtiva produzidas por este que foi um dos líderes do movimento neoconcreto, evidencia o encontro íntimo entre o gesto e a matéria. Já as suas telas revelam a força de seu desenho de origem gráfica, decorrente de sua trajetória na imprensa brasileira, de 1953 a 2002, na qual Amilcar fez história, ao renovar o visual de vários veículos impressos. Ele costumava repetir que escultura e desenho estavam estritamente ligados e que o diagramador deve muito ao escultor e ao desenhista. Pois Amilcar foi mestre em todas as instâncias.
Abertura: 26 de abril, às 20h – até 09 de junho de 2012