O acervo de obras e o sítio do artista plástico e ambientalista Frans Krajcberg ganhou destino certo no último dia 4: a Bahia. A escritura de doação foi assinada pelo artista e pelo governador Jaques Wagner, durante abertura do Seminário Nordeste: Água, Desenvolvimento e Sustentabilidade.
O acervo do artista polonês é composto por mais de mil esculturas, relevos, desenhos, fotografias e filmes, que continuarão abrigados no sítio de Frans Kracjberg, localizado em Nova Viçosa, Extremo Sul da Bahia. Sua obra reflete a paisagem brasileira, em especial, a Floresta Amazônica, e sua constante preocupação com o meio ambiente.
“Eu viajo, filmo e fotografo a destruição. O fogo e tudo o que o fogo deixou, eu mostro. Veja, ontem foi uma bela árvore, uma bela vida. Há uma consciência de que precisamos lutar pela preservação. Essa é toda minha luta com meu trabalho. Eu não posso gritar. Se eu sair gritando vão me levar para o manicômio. Para mim, o único meio de preservar é pegar uma coisa morta e mostrar: veja o que o homem praticou”, comentou Krajcberg sobre seu trabalho, tido como ícone mundial de defesa da natureza.
O governador afirmou que o espaço físico doado será transformado em uma fundação, da qual o artista será o primeiro presidente. “A idéia é criar, para aquela região, um museu ecológico e cultural de tal forma que possa ser um ponto de visitação e preservação das obras e do meio ambiente”, afirmou Wagner.
Frans Krajcbeg nasceu na Polônia em 1921. Estudou Engenharia e Artes na Universidade de Leningrado, na Rússia e, posteriormente, na Academia de Belas Artes de Stutgart, na Alemanha. Chegou ao Brasil em 1948 e, em 1951, participou da 1ª Bienal de São Paulo, iniciando sua carreira artística. Em 1964, começou a executar suas primeiras esculturas com troncos de árvores mortas. Vive no Sul da Bahia, desde 1972.