A mostra, em cartaz a partir de hoje na Galeria Fortes Vilaça reúne uma pintura de parede e esculturas inéditas, que dão prosseguimento a continua investigação do artista sobre a luz e a dobra e seus desdobramentos na esfera conceitual.
Nas duas esculturas Espelhos Dobrados, retângulos de espelho são recortados em linhas oblíquas e depois encostados na parede dando a impressão de serem um único objeto dobrado. As superfícies espelhadas são ligeiramente transparentes, criando uma situação de decomposição do espaço no qual elas se inserem. Essas esculturas atuam de forma ativa na percepção do ambiente, uma vez que apreendem também o movimento e o olhar do observador.
Em Canto Escuro, a diagonal persiste, mas totalmente construída com ângulos retos. Nesta pintura de parede, a gradação de cinza – anteriormente construída apenas na horizontal ou na vertical – é feita do canto para as extremidades. Quadrados de tamanhos idênticos , como pixels, são perfeitamente alinhados formando a imagem do canto escuro. A obra – pintada à mão sobre a parede, apenas com auxílio de réguas e fitas – sugere uma passagem de luz, ou movimento, sublinhando também o caráter efêmero intrínseco à pintura de parede como prática artística.
As esculturas Globos, pousadas sobre uma bancada ao fundo da sala no primeiro andar, alinham-se a um grupo de esculturas dedicadas a fontes emissoras de luz que datam dos anos noventa em diante: velas, castiçais, luminárias, lâmpadas e poste são exemplos anteriores. Modelos de globos de luz originais sofrem pequenas correções de forma que a escultura final, um objeto sólido de mármore branco maciço, aproxime-se de uma forma pura, ideal.
Iran do Espírito Santo
de 30 de agosto a 01 de outubro, na Galeria Fortes Vilaça
R. Fradique Coutinho 1500 Vila Madalena – São Paulo/SP