Conhecido principalmente por suas obras tridimensionais, Amilcar de Castro, um dos autores do Manifesto Neoconcreto de 1959, tem em sua produção diversos desenhos e estudos para esculturas que permanecem de difícil acesso ao público. É justamente um recorte desses trabalhos que poderá ser visto na Galeria Millan, a partir do dia 21 de maio. A abertura da exposição Amilcar de Castro é acompanhada pelo lançamento de reedição do livro Amilcar de Castro, da AD2 Editora, 343 páginas.
A exposição tem caráter museológico, com mais de 30 peças vindas do Instituto Amilcar de Castro, em Nova Lima (MG). A mostra ocupa os dois andares da Galeria Millan com 12 desenhos inéditos, cerca de 15 estudos para esculturas (com contas e anotações de trabalho) e um poema.
O público encontrará, no centro do espaço expositivo, duas mesas de trabalho, construídas em madeira pelo próprio artista, com objetos de desenho e pintura utilizados por ele: pincéis, escovas e vassouras. O segundo andar da Galeria será exclusivamente ocupado por quatro pinturas em madeira – que são, na verdade, os tampos das mesas em que Amilcar desenhava: a tinta escapava pelas bordas dos papéis, formando traços, padrões e texturas na madeira invadida, trocada quando encoberta por completo. Resíduos de sua atividade artística, as tábuas converteram-se, elas também, em objetos de arte.
Amilcar de Castro
de hoje a 22 de junho, na Galeria Millan
R. Fradique Coutinho, 1360, São Paulo, SP