A combinação de terremotos, tsunami e danos na usina nuclear de Fukushima refletiu também nos museus do Japão. Imediatamente após o terremoto de 11 de março, os museus nacionais permaneceram fechados por uma semana. Apesar de terem sido reabertos, devido à escassez de eletricidade, tiveram seus horários encurtados em uma hora alguns dias por semana – chegando a três horas nas noites de sexta-feira.
A primavera é tradicionalmente a época quando os museus abrem suas programações especiais, mas este ano será diferente. A exposição do Pushkin Museum of Fine Arts, de Moscou, “300 Years of French Paintings”, que aconteceria de abril a junho no Yokohama Museum, foi cancelada. Emprestimos do Morandi Museum, de Bolonha, para o Toyota Municipal Museum of Art foram adiadas, cancelando assim a mostra “Giorgio Morandi” pelo menos por este ano.
Outras exposições também foram canceladas ou proteladas. Um dos problemas é a conservação das peças: como o Japão sofre com interrupções no fornecimento de energia, temem-se os riscos de não manter as condições adequadas de temperatura e umidade. Uma outra questão é a radiação. Segundo Mario Haefliger, do Segantini Museum, “Não seria possível expor uma pintura por anos, depois que ela estivesse em contato com a radiação no Japão”. O Segantini Museum postergou o empréstimo de suas obras para uma exposição que deverá acontecer apenas no outono.
Os cancelamentos são mais um duro golpe para os museus japoneses, que já enfrentam uma queda drástica de visitação. Pequenos tremores ainda podem ser sentidos e, quando isso acontece, a população prefere ficar em suas casas.
Fonte: The Art Newspaper