Mac abre sede em dezembro

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Na atual sede. O diretor do museu, Tadeu Chiarelli: atividades terão como eixo obras da coleção e suas lacunas, ele afirma     

“Supermuseu”, com área expositiva de 10 mil m², anexos (um deles, um grande galpão) e um futuro jardim de esculturas, é como define Tadeu Chiarelli, diretor da instituição, o novo Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, com a inauguração de sua sede, dia 4 de dezembro, no prédio onde funcionava o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), no Ibirapuera.

O edifício, projetado por Oscar Niemeyer em 1954, ainda está em obras para se tornar espaço museológico – e uma previsão anterior dizia que sua inauguração ocorreria em outubro, durante a 29.ª Bienal de São Paulo. “Vale a pena perder a Bienal para fazer a inauguração com espaços expositivos”, diz Chiarelli. Sendo assim, em dezembro, o novo MAC será aberto com grandes exposições. Por quatro andares do prédio estará abrigada Arte Moderna e Contemporânea – Séculos 19-21, com cerca de 1,2 mil das 10 mil obras da coleção do museu (e enfoque na arte conceitual); em salas pequenas, mostras monográficas dos artistas Di Cavalcanti, Yolanda Mohaly, León Ferrari, José Antonio da Silva, Rafael França e Julio Plaza (bem representados no acervo); no anexo (espaço para criação), exibições inéditas de Mauro Restiffe (de registros da reforma do prédio) e de Carlito Carvalhosa; e ainda em dois pisos do edifício, exposição de “artistas emergentes brasileiros” sob o título Arte Contemporânea 2000-2013. “É uma postura retrospectiva e prospectiva, que era a tônica do (Walter) Zanini (primeiro diretor do MAC, fundado em 1963)”, afirma Chiarelli.

Encontros. Mas por agora, enquanto o museu ainda tem sua sede na Cidade Universitária, um ciclo de encontros públicos com artistas, a partir de hoje, dá início às atividades do novo projeto da instituição sob a gestão, até 2014, de Chiarelli, nomeado diretor do MAC em 21 de abril. A jovem artista Sofia Borges participa hoje, entre 17 e 19 h, do primeiro bate-papo, com entrada gratuita.

Em agosto, o ciclo ocorre todas as terças-feiras, no mesmo horário, no auditório do museu (Rua da Praça do Relógio, 160, tel. 3091-3559) tendo a presença, sequencialmente, a cada dia, dos artistas Marco Willians, Gilberto Mariotti e Guilherme Peters. A programação, semanal, ainda se estende por setembro – com falas de Felipe Prando, Deyson Gilbert, Marlon de Azambuja e a dupla Luciana Ohira/Sergio Bonilha; outubro – com Fábio Tremonte e Vitor Cesar; e novembro – com Fernando Piola e Pino. Mais informações podem ser consultadas pelo e-mail ceema@usp.br. O programa nasceu da vontade de se resgatar mais uma iniciativa de Zanini, a de trazer os artistas para o museu.

Planos. A obra de transformação do antigo prédio do Detran em museu está sendo financiada, com recursos em torno de R$ 54 milhões, pela Secretaria de Estado da Cultura. Pelo novo projeto, o edifício da Cidade Universitária será dedicado a atividades didáticas e a área que o MAC tem no Pavilhão da Bienal será devolvida à entidade. O trânsito de todo o acervo (que inclui coleções como a do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira) ocorrerá, acredita Chiarelli, até o fim do 1.º semestre de 2011. Ele afirma também que a manutenção do museu será de cerca de R$ 700 mil mensais e está ainda em discussão se esse montante terá apoio da Secretaria Estadual.

Camila Molina – O Estado de S.Paulo
Fonte:
Estadão.com.br

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